quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Auto da sagração da Sé d’Angra pelo bispo D. José Pegado d’Azevedo

«Aos dezasseis dias do mez d’outubro do anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos e outo, sendo nesse dia a Dominga terceira do sobredito mez, e decima nona depois de Pentecostes: o excellentissimo e reverendíssimo senho Dom José Pegado d’Azevedo, da congregação do oratório da cidade e corte de Lisboa, bispo d’esta diocese sagrou esta Santa Sé cathedral, e o seu altar mor, em honra do Santissimo Salvador, e collocou no mesmo altar as relíquias dos Santos martyres Benedicto, Primo Vecundo, as quaes foram nelle enserradas dentro d’um pequeno cofre, ligado com uma fita de seda encarnada, e sellada com o sello das armas do mesmo excellentissimo, e reverendíssimo senhor, como está declarado no diploma que se acha dentro do sepulchro do mesmo altar, o qual diploma está assignado pelo mesmo excellentissimo senhor, e foi sellado com o sello grande de suas armas. No mesmo acto declarou sua excellencia reverendissima que a 3.ª dominga de Outubro seria para sempre o dia fixo para se celebrar o anniversario desta dedicação, no qual dia concedeu na forma costumada da igreja in perpetuum quarenta dias de verdadeira indulgencia a todos os fieis que no referido dia da sagração visitassem esta santa Sé, como antecedentemente foi denunciado ao povo na dominga segunda nove do sobredito mez d’outubro, e no tempo da missa conventual pelo reverendo José Maria Bettencourt Vasconcellos e Lemos deão desta cathedral. E para a todo o tempo constar que se lavrou neste livro que serve para nelle se registarem as ordeus regias, pastoraes, e mais ordens dos excellentissimos senhores bispos nossos prelados o termo presente, que eu João José Bello d’Almeida cónego secretario do reverendo cabido o escrevi; e vai assinado pelos reverendos capitulares, João José Bello d’Almeida conego secretario o ecrevi e assignei. João José Bello d’Almeida – deão José Maria de Bettencourt Vasconcellos e Lemos – o Arcediago Felix José Moreira – o chantre dr. fr. Manoel da Silveira Araujo – mestre escolla Matheus Homem de Castro – Manoel Lopes Ferraz – o cónego Manoel Cardozo Serpa – Jorge de Lemos Bettencourt Vasconcellos – José Jacintho da Rocha – conego José Ignacio de Mello Velho – João José da Cunha Ferraz – Francisco de Bettencourt Carvalhal e Vasconcellos – Fructuoso José Ribeiro – José Joaquim de Faria Mello – Manuel Machado Diniz.»

Francisco Ferreira Drumond. Anais da Ilha Terceira, 3º Volume (1859)